Saiba mais sobre os guerreiros do Japão Feudal!
Os Samurais são figuras
constantes em diversas produções japonesas, sendo retratados em mangás, animes
e filmes, mas poucos sabem realmente a fundo sobre sua história, seus códigos e
a sua importância dentro da sociedade nipônica.
Afinal, quem eram os Samurais?
O termo Samurai (侍) era utilizado
para a nobreza militar da Era pré-industrial japonesa. A palavra é derivada do
japonês arcaico, do verbo “samorau”, alterado para “saburau”, que significa “servir”
ou “aquele que serve”, e referia-se aos guerreiros japoneses que defendiam os daymio (senhores
feudais). Eles ganharam grande importância e prestigio na sociedade entre os
séculos XII e XIV, sendo referidos como mártires.
Os samurais seguiam um código
chamado Bushido de conduta e ética muito
rígido. Bushido significa "caminho do guerreiro" e de acordo com o
código, os samurais deveriam ser leais, resistentes, corajosos e disciplinados.
O Bushido ensina que a katana (espada
japonesa) não é simplesmente uma arma. Ela significava a alma e o símbolo
máximo dos samurais. Estes se preparavam desde a infância, recebendo
treinamentos dos mestres mais experientes.
Quando uma criança do sexo masculino do bushi nascia, ele recebia sua primeira espada chamada Mamori-gatana em uma cerimônia. A espada, no entanto, era apenas uma espada simbólica e sem corte, a qual era anexada em uma bolsa ou carteira e usado por crianças menores de cinco anos. Ao atingir a idade de treze anos, em uma cerimônia chamada Genbuku (元 服), eram dados à criança sua primeira espada e armadura de verdade.
Ganhava também um nome de adulto e tornava-se de fato um samurai. A katana e um wakizashi juntos são chamados de daisho (literalmente “grande e pequeno”) e significavam a “honra” de um samurai e quase uma extensão de si mesmos. Desta forma, eles jamais se separavam dessas armas, dormindo inclusive com elas debaixo do travesseiro.
Os samurais também aperfeiçoaram
a habilidade com o yumi (arco), refletida na arte de kyujutsu. O yumi era um
arco assimétrico feito de bambu, vime, madeira e couro e tinha um alcance
efetivo de 50 metros a 100 metros, sendo usado também à partir de um cavalo,
que mais tarde acabou tornando-se um esporte chamado Yabusame (流 镝 马).
Yabusame, herança do japão medieval |
Nos séculos XV e XVI, muitos
samurais utilizaram as experiências militares e as qualidades adquiridas para
se dedicarem à administração de negócios nas áreas de comércio e agricultura.
No século XIX, com a restauração imperial (Era Meiji), ocorreu o fim do
feudalismo no Japão. Os samurais foram perdendo prestígio e força. Em 1870,
ocorreu uma revolta de samurais, porém foi fortemente reprimida pelo exército
imperial do Japão.
Muito mais do que apenas guerreiros
Dentre as habilidades dos
samurais, destaca-se o amor pela arte, de todas as formas possíveis. Além da
prática da arte da esgrima, muitos eram exímios poetas, calígrafos,
pintores e escultores.
Algumas formas de arte como
o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram
também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do
samurai.
Samurais praticando Ikebana |
Esses guerreiros levavam em conta
também seu lado espiritual, praticando o Zen-budismo, como uma forma de
descobrir um caminho que conduzisse à calma e à harmonia.
Os samurais também davam muito
valor à família, sendo comum fazerem justiças com suas próprias mãos caso algum
ente querido fosse assassinado, afim de restabelecer a honra da família.
Harakiri e Sepukku: a morte pela honra
O Harakiri faz parte
dos ensinamentos do Bushido. A palavra significa literalmente “cortar a
barriga” ou “cortar o estômago” e consistia em ajoelhar-se e cravar um punhal
ou wakizashi, em sua própria barriga em um ritual suicida, caso desonrassem a
si próprio ou ao seus ancestrais. O ideal é que as vísceras ficassem expostas
para mostrar sua pureza de caráter e no fim puxar a lâmina para cima, fazendo
assim um corte em cruz.
A morte era lenta e dolorosa e
não muito raro acontecia de o guerreiro permanecer vivo por horas ou mesmo dias,
esvaindo-se em sangue e ao mesmo tempo sentindo uma dor indescritível. O ritual
chamado formalmente de Sepukku e era assistida por outras pessoas,
que serviriam de testemunhas. O samurai não podia demonstrar dor ou medo e sim
mostrar total auto-controle para as pessoas que o assistiam.
Antes do suicídio propriamente
dito, os samurais sempre seguiam o mesmo ritual: banhava-se para purificar seu
corpo e a sua alma, vestia a roupa específica do seppuku, totalmente branca,
tomava uma xícara de saquê, sempre em dois goles, e escrevia um ou dois poemas
de despedida.
O grande lema dos samurais era
que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa
disso, esses guerreiros prezavam a honra, a imagem pública e o nome de seus
ancestrais acima de tudo, até da própria vida. Era uma forma perpetuar a sua
existência. Essa filosofia persiste até hoje e por causa disso o Japão é uma
das nações com maior índice de suicídios no mundo.
Fonte: Japão em Foco
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