• segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

    Akira Toriyama não está satisfeito com Dragon Ball Super

    Qualidade da animação não vem agradando ao criador


    Desde que estreou em julho de 2015, Dragon Ball Super vem dividindo a opinião dos fãs. Uns amam, outros odeiam e a aqueles que choram pela desconsideração de Dragon Ball GT do cânone oficial. E parece que o buraco é muito mais embaixo: o próprio autor parece não estar gostando muito do que está vendo.

    Em uma recente declaração publicada na revista Super History Book, da Shueisha, Akira Toriyama soltou o verbo a respeito das produções relacionadas a série, demonstrando está bem descontente com a qualidade da animação de Dragon Ball Super. Confira:

    “Para mim, Dragon Ball era algo que fazia parte do passado, mas com o passar do tempo, me aborreci com o live-action (Dragon Ball Evolution), escrevi um roteiro completo para um filme (DBZ: Batalha dos Deuses), e agora estou reclamando da qualidade da animação do novo anime. Pelo visto, estou tão ligado à Dragon Ball que não posso mais me separar dele”.

    Problemas na animação

    Os problemas na animação de Dragon Ball Super começaram a aparecer de forma mais evidente a partir do episódio 05 do anime, na primeira luta entre Bills e Goku. De caras deformadas a anatomia desproporcional, o que se viu foi uma animação bem aquém das expectativas dos fãs, como você pode conferir nas imagens abaixo:


    Obviamente, os fãs não deixaram por menos e reclamaram - muito - sobre a baixa qualidade apresentada no anime. As queixas surtiram um pouco de efeito, já que se notou uma melhora na animação dos episódios seguintes e uma série de correções para o lançamento em home vídeo, mas ainda assim, a qualidade da animação ainda ficou abaixo do esperado.

    Comparando a versão exibida na TV (acima) com a edição melhorada para o home video (abaixo)
    a diferença de qualidade é nítida.
    CORREÇÃO: a imagem de baixo é, na verdade uma versão da mesma cena refeita por um fã.

    Porque isso acontece? Bom para começar, o orçamento de uma série como essas é extremamente baixo, quando comparado a produção de um filme por exemplo.

    Para se ter uma ideia, um único episódio de anime pode custar alguns milhões de ienes para ser produzido.  E o baixo orçamento interfere diretamente na equipe de produção.  Ao invés de manter animadores fixos em suas equipes, muitos estúdios contratam freelancers para dar andamento aos projetos que, muitas vezes, trabalham em várias animações ao mesmo tempo. Isso, como era de se esperar, gera uma série de inconsistências na produção.

    Outra questão é o tempo de produção dos episódios. Todo o processo de animação é bem complexo e, com uma exibição semanal, os estúdios precisam entregar os episódios de diversas séries dentro do prazo, fazendo com que elas tenham que se desdobrar para dar conta do recado, pegando qualquer um para o trabalho (mesmo que ele não seja tão bom ou esteja apenas interessado numa graninha extra) ou negligenciando a qualidade em detrimento da velocidade.

    Lógico que o tempo não é necessariamente uma justificativa que encaixe no problema da Toei. Outras séries, com uma periodicidade muito mais confortável para a produção, ainda assim sofreram com expressões porcamente desenhadas e animações que pareciam ter sido feitas no flash. Sailor Moon e Soul of Gold estão aí para provar.

    Sailor Moon e Soul of Gold, lançados em streaming e com uma periodicidade
    mais longa também não escaparam dos bugs.
    Enfim, apesar dos problemas, a esperança é que agora, com a reclamação do criador da série, a Toei tente ao menos entregar algo apresentável daqui para a frente. Ainda mais que, após 27 episódios recontando os acontecimentos dos filmes com leves alterações, entramos enfim no arco inédito a partir desta semana. E os fãs de Dragon Ball merecem uma animação decente para a série.


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